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quinta-feira, 18 de março de 2010

Bem vindo à minha morte

Posso ver todos correndo, fugindo de uma mentira que eles mesmos criaram, inventando um mundo perfeitamente contraditório, em suas imaginações fúteis.
As vozes estão gritando, os ecos se acumulam em minha mente, os corações vão acelerando, fazendo-me escutar seus batimentos ensurdecedores, e ninguém entende. Sou só mais uma louca no meio da praça, procurando explicações para confusões diárias.
A pistola está em ponto de ataque, as espadas sobrevoam baixo, por cabeças perplexas, desenhadas, inventadas.
Essa é a perfeita mentira que resolveram criar, flores de plástico morrendo, artefatos simbolizando corações destruídos, este é meu mundo estraçalhado por este machado, e brutalmente costurado com pregas de aço, infeccionando as feridas que estão cicatrizando.
Eu te apresento o ódio, prazer, este é o meu sangue, que é apenas mais um enfeite nesta estante de órgãos apodrecidos com o ar poluido pelo veneno.
Eles bebem, festejam, contemplam uma estátua marcada a ferros, acorrentada por grilhões demoníacos, este é o meu presente, seu caixão.
São idiotas demais, não podem aceitar que quebraram seus próprios sonhos, e ainda querem fugir das portas que deixaram aberta ao medo. Estes são teus pesadelos, sejas bem-vindo a eles.
Talvez você entenda como funcionam os males deste jardim, depois de leves sofrimentos, talvez você aprenda curar suas feridas. Mas, não se importe, adentre estas maldições, é tudo um bloco falso. Não se envolva, transporte-se;
Um dia você entenderá. [Se puderes agüentar até o fim]
Bem-vindo à minha morte!

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